Há um abismo entre o que os gerentes da empresa veem e o que realmente se passa na mente dos funcionários – e este é um dos fatores que geram ondas de pedidos de demissão.
Em 2021, uma pesquisa global realizada pela Microsoft constatou que 41% dos trabalhadores estavam considerando demitir-se dentro de um ano. Entre as razões, o cansaço causado pela pandemia, a sensação de isolamento e a perda dos laços profissionais estavam no topo da lista.
Com o passar do tempo e o novo modelo de trabalho já estabelecido – escritório doméstico para alguns, híbrido para outros – a insatisfação persiste. De acordo com a pesquisa “O Futuro do Ambiente de Trabalho no Cenário Pós-Pandêmico”, preparada pela Nespresso Professional, enquanto 99% dos gerentes dizem ser necessário investir em ações de bem-estar, 47% dos funcionários dizem que as empresas não o fazem, 43% acham as ações superficiais e 62% dizem que são mais teóricas do que práticas.
Quando perguntados sobre a liberdade de relatar este e outros problemas e dificuldades que enfrentam para a empresa, 42% dizem que não se sentem à vontade para falar abertamente com a gerência.
Embora vivamos em novos tempos, o ambiente de trabalho sempre frustra as pessoas pelas mesmas razões, de acordo com Bruno Soares, CEO e cofundador da plataforma Feedz, focado no engajamento e desempenho dos funcionários. Ele diz que o mau relacionamento com os líderes e a falta de compreensão da cultura da empresa são geralmente as principais dores.
Cientes da importância de reter talentos, algumas empresas já adotam práticas regulares de feedback reverso – não apenas gerentes, líderes e RH dizem aos funcionários e equipes o que precisa ser ajustado, mas também procuram ouvir deles o que não é bom.
Os funcionários precisam ser ouvidos e a empresa tem que saber o que passa pela cabeça das pessoas. Pode ser uma plataforma ou um canal de ombudsman, mas é importante que os funcionários possam falar anonimamente sobre o que está acontecendo, sobre estresse ou problemas de relacionamento.
Em empresas que têm costume por reuniões individuais (um-a-um) entre subordinados e líderes, as equipes estão em média três vezes mais satisfeitas.
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